Instalação do PCS é fundamental para o desenvolvimento portuário

Fonte: Jornal da Orla (20 de março de 2025)

O Brasil Tech, evento promovido pelo Grupo Brasil Export em parceria com a Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA), reuniu especialistas e players do setor para debater a implantação do Port Community System (PCS) no Brasil. O encontro ocorreu nas instalações do Senai Santos, marcando um novo capítulo na busca por maior eficiência e inovação na logística portuária nacional.

“É um tema importantíssimo, que vai trazer crescimento, celeridade, aumento de produtividade e novos investimentos para o Porto de Santos. Por isso precisamos debater com a sociedade e com os principais atores envolvidos nesse projeto”, disse o CEO do Grupo Brasil Export, Fabrício Julião.

Para o presidente do Conselho Tech do Brasil Export e diretor-executivo da ABTRA, Angelino Caputo, o evento representa um passo fundamental para a compreensão e o avanço do PCS. “O Brasil ainda não possui nenhum porto com essa plataforma e, muitas dúvidas, conceituais persistem. Nossa proposta é que todos os participantes saiam daqui sem incertezas sobre o tema, alinhados e preparados para impulsionar o projeto”, destacou.

Caputo explicou que o Port Community System é uma plataforma colaborativa que conecta todos os agentes envolvidos na cadeia logística portuária, permitindo maior eficiência operacional e redução de custos. “Enquanto grandes portos internacionais utilizam essa tecnologia há mais de 35 anos, o Brasil ainda está nos estágios iniciais de discussão e estruturação do sistema”, diz ele.

As áreas de foco incluem gestão logística, segurança operacional, inteligência de mercado e descarbonização, promovendo um porto mais eficiente e sustentável. “Os grandes portos do mundo seguem evoluindo nessa direção, e o Brasil precisa acelerar esse movimento. O PCS é uma ferramenta essencial para otimizar processos e impulsionar a competitividade”, reforçou Caputo.

O Presidente do Conselho Santos Export e diretor-executivo do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Ricardo Molitzas, também esteve na palestra Magna e reforçou sua posição em defesa de condições mais estratégicas e eficientes para o Porto de Santos. “Todos os atores devem atuar juntos pelo desenvolvimento”, ressaltou.

SENAI
A escolha do Senai Santos como sede do evento reforça o compromisso com a inovação e a formação de profissionais capacitados para essa transformação digital. O diretor do Senai Baixada Santista, Daniel Divino Rodrigues da Silva, ressaltou a importância da parceria. “O Senai tem a missão de apoiar a indústria na busca por competitividade e, no contexto portuário, oferecer ferramentas e soluções que melhorem a eficiência operacional”, explicou.

Além dos debates sobre o PCS, o evento também foi palco para o lançamento de uma iniciativa do Senai voltada à aceleração de startups com soluções tecnológicas para o setor portuário. Com um investimento de R$ 1 milhão, quatro startups serão selecionadas para um programa de desenvolvimento de seis meses, conectando-as a investidores e demandantes do setor.

INTEGRAÇÃO
Com benefícios comprovados na troca de informações entre diferentes sistemas e organizações da comunidade portuária, o PCS integra dados de diversas empresas, órgãos públicos e prestadores de serviços, otimizando processos e aumentando a eficiência logística, sem substituir os sistemas individuais. A adesão é voluntária e a governança é coletiva, com coordenação de uma entidade neutra.

O Governo Federal tem trabalhado pela implantação da plataforma no Brasil. Em setembro de 2024, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e o Grupo Brasil Export deram início aos estudos que visam implementar projetos de tecnologia neste sentido.

Para o senador Wellington Fagundes (PL-MT), presidente da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), a discussão é urgente. “O Porto de Santos é o maior da América Latina. Aqui tem empresas, governo, tudo isso precisa se encontrar numa mesma plataforma, trocando informações e essa é a função do tema que estamos discutindo aqui”, concluiu.