O crescimento das exportações do Japão desacelera à medida que a China e os riscos de desaceleração global se aproximam

Fonte: Reuters (16 de novembro de 2023)

TÓQUIO, 16 de novembro (Reuters) – As exportações japonesas cresceram pelo segundo mês consecutivo em outubro, mas a um ritmo significativamente mais lento devido ao declínio nas remessas de chips e aço para a China, à medida que a demanda externa enfraquecida afeta a economia dependente do comércio.

As exportações subiram 1,6% em outubro em relação ao ano anterior, mostraram dados do Ministério das Finanças na quinta-feira, mais rápido do que o aumento de 1,2% esperado por economistas em uma pesquisa da Reuters, mas mais lento do que o aumento de 4,3% em setembro. As exportações fracas complicaram os esforços do Japão para impulsionar o crescimento econômico, com a demanda doméstica lenta também pesando na recuperação pós-pandêmica.

“Com a economia da China patinando no fundo e a demanda dos Estados Unidos e Europa desacelerando, precisamos esperar até o meio do próximo ano para as exportações se estabilizarem”, disse Atsushi Takeda, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Econômica Itochu.

“Até lá, o Japão precisaria contar com o consumo e os gastos de capital para compensar.”

Com a ausência de impulsionadores do crescimento, alguns economistas alertam que o Japão poderia entrar em uma recessão técnica, definida como dois trimestres consecutivos de contração.

A economia japonesa enfraqueceu de julho a setembro, interrompendo dois trimestres consecutivos de expansão devido ao consumo fraco e às exportações, mostraram dados na quarta-feira.

Por destino, as exportações para a China, o maior parceiro comercial do Japão, caíram 4,0% em relação ao ano anterior em outubro, registrando 11 meses seguidos de quedas.

As exportações para os Estados Unidos, principal aliado do Japão, aumentaram 8,4% no ano até outubro, à medida que a demanda por veículos híbridos e máquinas para mineração e construção ajudou a impulsionar o valor das remessas destinadas aos EUA para seu maior patamar já registrado.

As importações caíram 12,5% no ano até outubro, amplamente em linha com a estimativa mediana de uma diminuição de 12,2%.

O saldo comercial resultou em um déficit de 662,5 bilhões de ienes (US$ 4,38 bilhões), em comparação com a estimativa mediana de um déficit de 735,7 bilhões de ienes.

Dados separados do Gabinete do Japão mostraram que as encomendas principais de máquinas, consideradas um indicador líder dos gastos de capital, aumentaram 1,4% em setembro em relação ao mês anterior, mais rápido do que o crescimento de 0,9% esperado.

Em um sinal positivo para uma recuperação doméstica, fabricantes entrevistados pelo Gabinete do Japão esperam que as encomendas principais aumentem 0,5% de outubro a dezembro, após uma queda de 1,8% no trimestre anterior.

($1 = 151,1900 ienes)

Reportagem de Tetsushi Kajimoto; Reportagem adicional de Satoshi Sugiyama; Edição de Sam Holmes