Animado com o início da obra, o presidente do Porto do Recife, José Lindoso, acredita que o atracadouro viverá uma novo ciclo a partir da obra.
“O crescimento nas operações do Porto do Recife não é uma expectativa, é uma realidade. Hoje nós temos uma demanda que não podemos atender porque a profundidade do nosso cais não suporta navios de maior tonelagem” reforça.
Lindoso aponta várias cargas que têm potencial para aumentar a movimentação de carga no porto, a partir do aumento da profundidade dos cais. “O açúcar que exportamos tem um crescimento previsto de cerca de 40%. Os fertilizantes que importamos, principalmente da Bélgica, têm uma expectativa de 20% de incremento. O milho que abastece a avicultura de Pernambuco e da Paraíba também crescerá cerca de 40%. A barrilha, um dos principais produtos que movimentamos na capital pernambucana, tem previsão de 30% de crescimento. O material metalúrgico, que apresentou um avanço de 172,53% em 2021, possui uma expectativa de incremento de 10%. Essa nova fase do Porto do Recife, que se inicia com a obra de dragagem, tornará o nosso terminal ainda mais atrativo para novos investidores”, defende.
Muitos pares de anos
A articulação que permitiu o início da dragagem do Porto do Recife agora em 2022 foi pavimentada pelo antigo presidente Carlos Vilar, em 2019. No final daquele ano, o Governo do Estado e a União, com interveniência da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e a interveniência executora da Porto do Recife S.A, assinaram um Termo de Compromisso com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para a execução das obras de dragagem do cais acostável.
Em junho de 2021 foi publicado no Diário Oficial do Estado o aviso de licitação para contratação de empresa que executará a obra do ancoradouro recifense. O certame foi realizado dentro do que preconiza a Lei nº 13.303 (Lei das estatais). Depois do processo de abertura das propostas e sessão de lances, a empresa holandesa Van Oord foi contratada para o serviço. A Royal Van Oord é uma empresa holandesa de contratação marítima especializada em dragagem, recuperação de terras e construção de ilhas artificiais.
Foram contratadas também através de licitação as empresas Eicomnor e DBF para realizar a supervisão de obra e monitoramento ambiental, respectivamente. O valor exato do recurso federal destinado para todas as etapas da obra ficou na ordem dos R$ 28.387.413,54. Após a finalização do serviço de dragagem, o calado ainda passará por uma homologação da Marinha do Brasil.
No próximo dia 20, a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) irá participar do lançamento da edição da revista russa Tourbus, publicação voltada para os profissionais do segmento turístico daquele país, sobre o destino Pernambuco. A ação visa promover o Estado no mercado russo. Essa publicação é desdobramento de uma visita realizada pela equipe da revista em julho desse ano, onde conheceram atrativos turísticos e equipamentos de Porto de Galinhas, Recife e Olinda. O lançamento da publicação acontecerá na Leisure Fair, em Moscou, na Rússia. Além de Pernambuco, o estado do Ceará também faz na edição que estará lançando os dois destinos no mercado russo. A edição terá oito mil exemplares e será distribuído na Leisure Fair, em Moscou, na Rússia, evento que acontece entre os dias 21/09 e 23/09. A feira reunirá cerca de 65 mil pessoas do trade profissional daquele país e é uma das feiras mais importantes do segmento.
Crescimento discreto em 2022
Em 2021, o Porto do Recife registrou um pequeno crescimento de 1,96% na movimentação de cargas em relação ao ano anterior. Foram 1,3 milhão de toneladas nos doze meses do ano passado. Esses números se devem principalmente à importação que fechou 2021 com crescimento de 8,66%, o que representou 1.304.410 toneladas, superando as 951.931 do ano de 2020.
Quanto às cargas movimentadas, o açúcar segue com a posição de destaque, seguido pelo malte de cevada, milho e material metalúrgico. O produto pernambucano fechou o ano com 317.395 toneladas movimentadas, sendo 136.235 de açúcar a granel e 181.160 do ensacado. Em comparação com o ano anterior, o açúcar a granel cresceu 51,59% e o ensacado 14,44%. O açúcar é o principal produto de exportação do Porto do Recife, saindo das usinas do Estado e chegando a países como Estados Unidos, Canadá, Romênia e, o principal exportador, o continente africano.